A Teoria Estruturalista
A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 50, como um desdobramento dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das Relações Humanas. Os autores estruturalistas procuram inter-relacionar as organizações com o seu ambiente externo, que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações.
A Teoria Estruturalista baseia-se no conceito de estrutura, que é um
todo composto por partes que se inter-relacionam. Portanto, o todo é
maior do que a simples soma das partes. O que significa que os sistemas
organizacionais não são a mera justaposição das partes.
Esta teoria caracteriza-se por sua múltipla abordagem, englobando em sua análise a organização formal e informal, recompensas materiais e sociais e entre outros, reconhecem os conflitos organizacionais, ditos como inevitáveis.
Origem da Teoria Estruturalista
A Teoria Estruturalista foi criada a partir de um desdobramento da
Teoria da Burocracia e como contrapartida da reviravolta na
Administração, causada pelos princípios sociais e filosóficos da Teoria
das Relações Humanas. A Teoria Estruturalista foi criada na tentativa de suprir a carência de soluções da Teoria da Burocracia
A Teoria Estruturalista teve como origem os seguintes fatos:
• A oposição surgida entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações
Humanas – incompatíveis entre si - tornou necessária uma posição mais
ampla e compreensiva que integrasse os aspectos considerados por uma e
omitidos pela outra e vice-versa. A Teoria Estruturalista pretende ser
uma síntese delas, inspirando-se na abordagem de Max Weber.
• A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social
complexa na qual interagem grupos sociais" que compartilham alguns dos
objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização),
mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros). Seu
maior diálogo foi com a Teoria das Relações Humanas.
• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua
repercussão no estudo das organizações. O estruturalismo influenciou a
Filosofia, a Psicologia (com a Gestalt), a Antropologia (com Claude
Lévi-Strauss), a Matemática (com N. Bourbaki), a Lingüística, chegando
até a teoria das organizações com Thompson, Etzioni e Blau. Na teoria
administrativa, o estruturalismo se concentra nas organizações sociais.
• Novo conceito de estrutura. Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que
permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos,
isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos seus
elementos ou relações. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes
áreas, e a compreensão das estruturas fundamentais em alguns campos de
atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em outros
campos.
Homem Organizacional
Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o "homo economicus" e a Teoria
das Relações Humanas "o homem social", a Teoria Estruturalista focaliza
o "homem organizacional", a pessoa que desempenha diferentes papéis em
várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem
organizacional, para ser bem-sucedido em todas as organizações, precisa
ter as seguintes características de personalidade:
• Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida
moderna e da diversidade de papéis desempenhados nas organizações.
• Tolerância às frustrações para evitar o desgaste emocional
decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e necessidades
individuais, cuja mediação é feita através de normas racionais,
escritas e exaustivas.
• Capacidade de adiar as recompensas e poder de compensar o trabalho
rotineiro na organização em detrimento de preferências pessoais.
• Permanente desejo de realização para garantir cooperação e
conformidade com as normas organizacionais para obter recompensas
sociais e materiais.